Maria Dulce Barata Feyo

06/10/11





Publicada por Maria Dulce Barata Feyo à(s) 21:47
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"Paisagem, por que não?"

Atrevo-me a responder, por mim, porque sim. Dulce Barata Feyo, ao reflectir a realidade como um espelho numa imagem inicial e aparentemente ino¬cente, não deixa de criar uma segunda realidade – outra, esta submetida ao seu juízo, ao seu sentido de composição e elaboração crítica. Na sua pintura a imagem não é conservada mas transformada. Os espelhos não se limitam a reproduzir a natureza, neles as imagens transformam-se, ganham virtuali¬dade e cumplicidades.
A pintura com que nestas telas se nos expõe, revela e confessa Dulce B. F. não espelha nem retrata a vida, o real, pois não é com eles que a pintora preenche os espaços aparente¬mente livres da tela branca com que ela se confronta, corpo a corpo, ambas de nudez despidas. Ela sabe que tudo está na tela antes de começar e que todo o trabalho consiste em destapá-la, deixá-la vir ao de cima. Ela sabe que pintar é estar à porta do desconhecido, é perder o pé.
A pintura deste, desse e daquele quadro é um dos obscuros objectos do seu desejo: ela está na obscuridade do seu desejo, às escuras, mas há uma noite que esclarece a noite, que é também um dos obscuros motivos dos seus sonhos. A língua com que sonha Dulce B. F. é a sua pintura, com que pretende dizer o indizível que se cola à sua pele. Confiada nos sonhos porque neles se oculta a porta daquela eternidade, num tempo em que cada estação abraça todas as outras.
A pintura de Dulce B. F. atrai-me, seduz-me e captura-me num contágio afectivo, num derrame emotivo, naquela sensualidade do entendimento e da sua razão gulosa.
Pede-me o desejo que a veja. Nessa fonte que explode de legibilidade porque exactamente o não diz. Como nesta sua poesia que se vê.

MIGUEL VEIGA

Novembro, 2009




Para quê as palavras?

A experiência do olhar é conhecimento sem preço para todo o homem. Dir-se-ia que acumula experiências que lhe permitem situar-se no meio da realidade exterior com conhecimento e sensibilidade.
A pintura de Maria Dulce Barata Feyo é algo físico que se vê e nos atrai, mesmo antes de reconhecermos literalmente o que ela revela. Espaços de uma cidade escondida entre brumas, guardando o mistério da sua poesia? Céus onde correm ventos como cânticos de timbres astrais? Firmamentos que anunciam uma harmonia reconfortante?
Essa é a função da arte, e temos conversado!
Maria Dulce está certa consigo mesma e com nós próprios.

JÚLIO RESENDE

Novembro, 2007



"Aguarelas"

Como nas guardasda cobertura de um livro tratado na época romântica, nos fingidos de algumas bandas e muros de casas datadas de um tempo bem definido, ou em acharoados, estes objectos que Dulce Barata Feyo nos propõe olhar, parecem excertos desses lugares. Enquadrados numa espécie de aleatória e vertiginosa necessidade de procurar um sentido para eles.
Uma cor base é o príncipio do tema que virá acontecer. Patines e não velaturas fazem aparecer sinais que não sabemos localizar, senão nesse contexto de percursos sincopados dessas citações anteriormente localizadas.

FRANCISCO LARANJO

Junho, 2002



CV

Maria Dulce Barata Feyo

Nasceu em Fafe.
Licenciada em pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, em 1983.

exposições individuais:

1991 “Interiores”, Galeria Diagonal, Cascais
1995 Galeria Espaço D’Arte Moldursant, Porto
1996 Centro Cultural do Alto Minho, Viana do Castelo
“Aguarelas”, Casa-Museu Teixeira Lopes, Vila Nova de Gaia
1997 “Porto Vivido”, Ordem dos Advogados, Porto
1999 Museu Nogueira da Silva, Braga
2001 Casa Municipal de Cultura, Fafe
2002 Biblioteca Municipal de Vale de Cambra
Galeria da Pousada D. Diniz (org. Cooperativa Árvore), Vila Nova de Cerveira
2003 “Matizes”, Galeria de Artistas de Gaia, Vila Nova de Gaia
2005 “Aguarela, ainda”, Cooperativa Árvore, Porto.
2005 “Do lado de cá”, Auditório Municipal de Gondomar, sala Júlio Resende
2007 s/título, Art'in Douro, Gondomar
2009 "Paisagem, por que não?", Centro Multimeios de Espinho
2010 "Paisagem, por que não?", Galeria Olga Santos
2011 "Silêncios", Cooperativa Árvore, Porto
2011 "Silêncios", Museu Municipal de Espinho




exposições colectivas (selecção):

1983 “Encontro E.S.B.A.P.”, Porto
Aliança Seguradora, Lisboa
1984 “Arte para Férias”, Galeria EG, Porto
1985 “A Festa”, Galeria EG, Porto
1986 “Banho Turco”, Galeria Diagonal, Cascais
Galeria Janela Verde, Lisboa
1987 “Figurações Recentes”, Galeria Quadrado Azul, Porto
Cooperativa Árvore, Porto
1992 Vantag, Porto
“Colectiva de Natal”, Cooperativa Árvore, Porto
1993 “Cumplicidades”, Fundação Joaquim Nabuco, Brasil;
Prémio Vespeira, Montijo
1994 Centro Unesco, Porto; Rotary Clube do Porto; “XIII Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto; “Colectiva de Natal”, Galeria Artesis, Vila Nova de Gaia
1995 “Gaiarte IV Bienal”, Vila Nova de Gaia; “XIV Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto; “1ª Exposição de Artes Plásticas da AMI”, Porto; “3ª Edição do Prémio Júlio Resende”, Gondomar; Colectiva da Associação Abraço, Porto; “Natal ‘95”, Galeria Artesis, Vila Nova de Gaia;
“O Módulo Tamanho Postal”, Cooperativa Árvore, Porto
1996 “XV Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore, Porto
1997 “Gaiarte V Bienal”, Vila Nova de Gaia
1998 “Colectiva de Natal”, Cooperativa Árvore, Porto
1999 “Gaiarte”, Vila Nova de Gaia
2000 “No Feminino”, Galeria Artesis, Vila Nova de Gaia;
“XVIII Exposição Colectiva de Sócios da Árvore”, Mercado Ferreira Borges, Porto; “Múltiplos e Objectos”, Galeria Epicentro, Porto
2004 “4 Olhares de Mulher”, Casa dos Açores, Porto
2007 Colectiva de Pintura, Casa da Cultura, Fafe; Colectiva de Pintura, Ordem dos Médicos, Porto; "Diversidades", Ordem dos Médicos, Porto
2008 “XXVI Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto; “Gaiarte”, Vila Nova de Gaia
2009 “Gaiarte”, Vila Nova de Gaia; “XXVII Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto
2010 “XXVIII Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto; "Um lugar para o Joãozinho", Lugar do Desenho, Fundação Júlio Resende, Gondomar
2011 1ª Bienal "Mulheres d'Artes", Museu Municipal de Espinho; “XXIX Exposição Colectiva dos Sócios da Árvore”, Cooperativa Árvore, Porto; "Arte Pintada a Letras", Museu Municipal de Espinho






Citada em:

- “Dicionário dos Pintores e Escultores Portugueses”, de Fernando Pamplona.
- “Dicionário do Núcleo de Artes e Letras de Fafe”, de Dr. Artur Coimbra.